Da colina
Atrás do portão, ergue-se a colina.
Sem o fecharmos e sem caminharmos meia dúzia de passos a direito não veremos do alto, esta a paisagem...
Ergue-se um cenário verdejante, umas vezes nocturno outras matinal. À sua esquerda temos a floresta, encostada ao jardim das rosas e ao muro que continua do portão. Nela sobressai-nos, ao centro, o grande carvalho da cadeira dos sábios e o envolvedor carvalho dos druidas.
Em frente um rio de pequeno caudal e muito calmo, como numa paisagem de Renoir. Situado a poucos metros da fronteira com a floresta há uma ponte de pedra familiarmente conhecida e estranhamente esquecida. Por baixo dessa ponte temos uma porta de madeira pesada e com juntas de ferro forjado alaranjado pela ferrugem. Aí moram os hobbits. Desta viagem falarei noutra altura.
À direita um cinzento monte de xisto, donde o som de uma cascata nos chega aos ouvidos, apesar não a vermos por estar tapado igualmente com arvoredo.
Em segundo plano uma grande montanha. Um K2. Da margem do rio ao colosso Temos a ideia que vai levar anos a chegarmos até ao seu sopé. Pelo caminho desenhado por clareiras vemos um templo encarnado e branco.
Da margem podemos também ver ao nosso lado direito para onde o rio corre. A cascata do monte de xisto precipita-se em cima deste e impede ver o caminho que o rio leva. O rio atravessa ao meio o monte e torna escarpadas e impossíveis de escalar as faces do monte, tornando, à primeira vista, o seu topo inacessível. Na sua margem esquerda e antes de começar a parede do monte, está o unicórnio ‘Espírito’ como o apelidei, e na margem direita um carvalho com um buraco no seu meio. Nele habita a fada verde, madrinha de caminhada.
Da colina, o ser vivo mais próximo, é uma rosa vermelha, que cresce sozinha aos seus pés. Bela e única. Sozinha. Sem ninguem nem nada ao seu redor.
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